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Em seu leito de morte, uma solitária e insuspeita idosa narra sua trajetória como professora ginasial. Vida comum, interiorana, nada de excepcional, exceto por um detalhe, um pecado escondido a sete chaves, um crime que lhe corrói o espírito em seus dias finais: a pedofilia, sua prática deliberada por anos a fio.Narrada em tom confessional, pontilhada por uma discreta ourivesaria poética e tendo como pano de fundo a metade final da ditadura militar brasileira e a Nova República (1975 a 1989), a obra oferece leituras paralelas, para além do erotismo obsceno, nas quais se esmiúçam não apenas o tema central, mas o próprio labor literário e o estranho amor aos livros, os anos de chumbo e a lenta redemocratização do país, além da solidão de seus personagens debaixo de uma atmosfera sombria, apesar do “colorido ruidoso” da época. Um intricado jogo de avanços e recuos, ainda que aparentemente linear, em que a autora pinta em sfumato o retrato de sua geração. Um tempo que há muito se foi, mas que não pode ser esquecido.