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José Saramago humanizou a morte e João de Carvalho dá-lhe sofrimento do mais atroz que se pode sentir. Estando personificada, humana, a morte tem de ser sofrível como nós, mais, estando apaixonada, a morte tem de ser arrasada como nós. E é assim que o autor aborda o livro, através de uma morte que se ausentou do seu posto habitual e está cá connosco, apaixonada e humana ao extremo. Não há mortos pois 'no dia seguinte ninguém morreu'. Esse dia revelou-se longo, cheio de desespero, dramas, angústias e reflexões, sofrimentos esses que a morte - que nos aparece como figura feminina - teve de enfrentar. Houve também alguma euforia. O dia foi intenso e algo solitário para a nossa querida morte, os deuses não andaram do seu lado, também porque não estão do lado de ninguém. O mar é enaltecido. A questão determinante é apreciar a forma como a personagem principal lidou com todos estes sentimentos.