Oriundo de uma família humilde, mas bem estruturada, Tomé Reis Vieira (Fátima, 1976) desde muito cedo mostrou uma enorme curiosidade pelo conhecimento, com destaque para tudo o que estivesse relacionado com a história e a cultura portuguesas. Teve a sorte de beneficiar de uma esmerada formação académica, os primeiros anos na Escola Primária da aldeia de onde é originário, Giesteira (mais tarde encerrada, como tantas outras, a favor de um centro escolar), de seguida num colégio com contrato de associação, o Centro de Estudos de Fátima, felizmente muito antes do contraproducente ataque que alguns governantes fizeram a esta benévola ferramenta de gestão educativa. Completou a sua formação superior na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, iniciando em 1998 a carreira docente como professor de Português no Ensino Básico e Secundário.

Cumpriu o Serviço Militar Obrigatório em 2000 e declinou o convite feito pelo então Diretor de Instrução do Exército para enveredar pela carreira militar como Oficial Miliciano, optando pela profissão que tanto o apaixonava, a de professor. Este enlevo durou duas décadas: quando percebeu que se estava a transformar num burocrata do ensino em vez do pedagogo que sempre sonhou ser, essencialmente devido às constantes e por vezes insanas mudanças legislativas e respetivas exigências, decidiu demitir-se das suas funções educativas e emigrou, em 2019.

Foi atleta federado na sua juventude e toda a sua idade adulta colaborou com diversas instituições do sector social, desempenhando vários cargos de direção e gestão a título pro bono. Tudo isto foi interrompido a partir do momento em que se estabeleceu na Suíça, onde vive com a sua família. Atualmente cumpre o horário laboral próprio de um operário da construção civil, facto que lhe tem propiciado o tempo necessário para fazer aquilo de que mais gosta, ou seja, ler, investigar, refletir e escrever.